segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

E-Fólio A Psicologia do DesenvolvimentoII

Propostas de Projectos para a Unidade de Psicologia do desenvolvimento 1) Sabendo das necessidades e da curiosidade das crianças, principalmente a faixa etária entre os 6 e os 11 anos de idade, que iniciam a escolaridade obrigatória no ensino básico, da velocidade e capacidade que têm na assimilação e aprendizagem, indispensáveis ao seu construto educacional e intelectual, venho propor um conjunto de actividades a intercalar com os seus percursos curriculares programáticos, nas turmas do 4º ano da Escola básica do 1º ciclo, nº1 do Cacém, Sintra, que constam de variadas visitas de estudo, a lugares e monumentos previamente referenciados, maior parte no conselho, havendo algumas excepções que se poderão alargar a outros limitados ao distrito de Lisboa, a saber: Jardins e parques florestais em Sintra; Estufa fria em Lisboa; Museus, Anjos Teixeira, do brinquedo e da ciência na vila de Sintra; Museus, da marinha, e dos Coches em Lisboa; Mosteiro dos Jerónimos e Jardim de Belém em Lisboa. Pretende-se com estas visitas de estudo previamente escalpelizadas em sala de aula, levar as crianças de um conselho densamente povoado, e oriundas maior parte, de extractos socialmente pouco favorecidos, a melhor entenderem não só o mundo que as rodeia, mas também permitir-lhes os intercâmbios culturais, intergeracionais e assim promover a melhoria nos seus comportamentos e atitudes, seu desenvolvimento educacional e psicológico, e no respeito, justiça e interajuda recíprocas, cada vez mais necessárias nesta “aldeia global”. Este tipo de actividades, para além de estimularem as necessidades psicomotoras das próprias crianças, face a estes novos contextos vivenciados, são também indutoras para que nas respectivas famílias e/ou grupos sociais, se partilhem cada vez mais interesses socioculturais, entre as variadas gerações, tornando-se as crianças, pela sua capacidade de absorção de saberes, o seu principal elo de ligação. Com isso a criança irá descobrir novas regras, rituais e autoridades, mas simultaneamente novas liberdades, amizades, e um enorme leque de futuras oportunidades. Comecemos por identificar a faixa etária que este projecto abrange, denominada por Piaget, como “Estádio Operações concretas”, que é subdividida pelo mesmo autor, em dois subestádios, o “pré-operatório” e o “operatório concreto”, que não se transicionam entre si, de uma forma automática ou em determinado período da vida, mas só irão acontecer gradualmente, quando determinados conjuntos de tarefas desenvolvimentais façam a criança deixar de ter um comportamento egocêntrico, rígido e irreversível, para passar a um outro em que se demonstre mais flexível, reversível, lógico-inferente e que procure a relação causa efeito. Exemplo disso mesmo, serão os reconhecimentos dos valores da permanência e da constância, em simples análises mensuráveis. Também se acentua neste subestádio, face á chegada a todo o instante da puberdade, uma moral identificadora da libido, como a vergonha e pudor. Um dos conflitos psicossociais nesta faixa etária, descritas por Freud e Erickson, é o conflito indústria versus inferioridade, em que a primeira simboliza, produtividade, desenvolvimento, aprendizagem e competência adquiridas, e a segunda será a vertente negativa que simboliza a sua insegurança, a sua hipotética inépcia, e consequentemente a sua pouca confiança quanto ao seu papel social. Mas a virtude advinda da resolução desta crise temporária, será o reflexo de uma crescente Auto-Estima, que impulsionará de forma positiva todo o seu desenvolvimento psicossocial, motivação para novos e cada vez mais complexos aprendizados, e ao mesmo tempo reduzir possíveis disfuncionais desvios. 2) O projecto voluntário agora proposto destina-se aos adolescentes entre os 16 e os 20 anos, da Escola básica dos 2º e 3º ciclos Matilde Rosa Araújo, São Domingos de Rana, Cascais, com o duplo intuito de criar nos jovens, valores morais para uma melhor cidadania e solidariedade social. Simultaneamente para um melhor desenvolvimento psicológico dos intervenientes, que irão em pequenos grupos de 6 elementos (cliques) desenvolver pequenos projectos para identificar, estudar, pôr em prática, actividades e valências de cariz cultural e Educacional, para os seus pares em escolas do 2º ciclo, de países da CPLP. O ainda pouco acesso tecnológico existente, aliado à escassez dos recursos, de alguns desses países, levarão estes adolescentes a interessar-se e motivarem-se nestas novas causas, possibilitando assim, face a distintas realidades, uma contribuição válida pela troca de experiências pelos seus intercâmbios culturais. Nesta fase da vida, este grupo desenvolvimental passa por toda uma experiência comum, pois todos os sujeitos irão ser confrontados com as mesmas problemáticas, tais como a readaptação ás suas alterações físicas, à sua nova imagem, bem como ao despertar da sexualidade, e à aquisição de novas maneiras de pensar. Têm também objectivos comuns, tais como maturidade emocional e independência económica, por tudo isso a importância do grupo de pares, só eles capazes, na sua perspectiva, de entender e mensurar tais progressos. A Adolescência implica um processo evolutivo ao longo de 3 estados de maturação denominados: orgânico, psicológico e Social, que por sua vez abarcam 3 fases, que se identificam como: fase inicial dos 11 aos 14 anos, também reconhecida por puberdade, fase intermédia dos 13 aos 16 anos, a adolescência propriamente dita, em que se acentua o desenvolvimento cognitivo, e a fase final dos 15 aos 21 anos, em que a sua maturação física e mental entretanto adquiridas, questionam então o social, e privilegiam a relação interpessoal. Apesar da crise Identitária que atravessa todo este Estádio, adolescentes oriundos de famílias estruturadas, tendem a um maior equilíbrio principalmente na relação interpessoal, e que em parceria, se poderá adoptar nestes emergentes países. Mas nesta fase da vida, por ser uma das mais Auto-Reflexivas, o adolescente, agindo bem ou mal, têm sempre a noção das consequências dos seus actos, mesmo que siga fielmente o seu grupo de pares, em comportamentos de risco e atitudes socialmente criticáveis. Daí o indispensável auxílio prestado pela Educação e todos os seus intervenientes. A Adolescência representa um espaço e um tempo onde os jovens através de momentos de crescimento diversificados, reentregam o seu passado e infância numa nova esfera, que por sua vez cada uma engloba a sua fase de maturação, a sua época, a sua cultura e a sua história. De todas as etapas do ciclo de vida, a Adolescência é a mais relevante, no desenvolvimento psicológico do indivíduo . No campo específico da psicologia do desenvolvimento, a abordagem interacionista realçada por Piaget e Erikson, é neste contexto o melhor exemplo disso mesmo. Referências Bibliográficas: Matta, E. (2001). Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem.Lisboa: Universidade Aberta Morais, S. R. (1999).O desenvolvimento do processo cognitivo na criança segundo J. Piaget. Econonom Paiva Campos, B. (1990).Psicologia do Desenvolvimento e Educaçãode Jovens. Lisboa: Universidade Aberta Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora. S. D. Rana, 12 de Novembro de 2012

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