quinta-feira, 29 de abril de 2010

E - FÓLIO B (Parte I)
SAÚDE NA ADOLESCÊNCIA: RISCOS E DESAFIOS

Adolescência: o que se sabe
Com a repentina mudança biológica na Puberdade, os jovens iniciam paralelamente uma transformação Psicossocial, que os aproximam dos seus Pares, principalmente da relação com o sexo oposto, e os faz reequacionar um projecto de vida, que poderá variar consoante os contextos socioculturais onde se inserem, podendo estes acarretar maiores ou menores factores de risco para a sua própria saúde e bem-estar. Os cenários familiares, Escolares ou entre Pares, observados, desempenham um papel fundamental, para a sua matriz Identitária, pois será através deles que construirão as suas relações interpessoais, presentes e futuras. Também daí resultarão consequentes atitudes sociais e de saúde, transformados quer em isolamento, quer em agressividade e rebeldia, quer ainda em comportamentos de risco, p.e. o consumo de álcool, drogas, e nas relações sexuais.

A Família: o que se sabe
No espectro familiar, a criança vai diariamente “modelando” as suas estruturas cognitivas e afectivas, construtoras da sua real representação do mundo onde se insere. Os contextos familiares envolventes, de educação, socioeconómicos, e/ou de responsabilidade parental, são fundamentais no impacto sócio-emocional de desenvolvimento psíquico da criança.
As crianças e jovens oriundas de famílias de baixos rendimentos, estão mais sujeitas a violência e a rupturas familiares, que mais tarde ou mais cedo se repercutem em factores endógenos na construção da sua própria Identidade.
Esse estilo parental mais punitivo (ameaça) e de rejeição (passividade), não permite desenvolver nos jovens mecanismos de auto-regulação, e estratégias de solução de conflitos, indutoras para uma Moralidade autónoma. Em contrapartida a sua percepção, num controlo parental, de forma democrática (direitos/deveres) e participativa (actividade/cooperação), pelo menos com um dos progenitores, induz nos jovens, sentimentos de competência social, autonomia, e independência.

Os Amigos: o que se sabe
Desde cedo as crianças se envolvem em jogos sociais entre Pares, promotores da sua empatia e dos seus controlos emocionais. Quanto maior a popularidade de uma criança entre Pares, maior a facilidade que terá nas relações interpessoais, bem como nas oportunidades de aprendizagem e competências práticas. Em contrapartida as crianças de pouca popularidade, tendem a isolar-se e a tornar-se anti-sociais. Crianças e Jovens socialmente rejeitados, tendem para a agressividade, conflitualidade, a baixa auto-estima, que obviamente se vai repercutir no rendimento Escolar, e nas suas inter-relações.
Alguns estudiosos relacionam estas relações, com o precoce estilo de Vinculação parental.
A criança entre os 5-8 anos de idade, evolui da perspectiva centralizada no individualismo, até à perspectiva empática cooperativista, onde a amizade facilita as, interajuda e intimidade.
A amizade estimula também a autoconfiança e bem-estar psicológico, sendo atribuído ao género masculino a partilha de actividades, enquanto no género feminino se atribui a partilha da confiança e de sentimentos. Mesmo quando os jovens consomem álcool ou drogas, estes actos associam-se a uma busca de uma intimidade interpessoal. A imagem e avaliação sociais, podem ser afectadas pela cultura, valores e normas estabelecidas.

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